Um dos ingredientes mais usados na nossa cozinha era considerado pelos antigos egípcios um símbolo da Eternidade
Nativa do continente asiático e uma das primeiras plantas a ser domesticada pelo ser humano na região onde hoje é a Índia e o Paquistão, a cebola é a segunda hortaliça mais consumidas no mundo. Ela é uma fonte natural de umami, o que por si já justificaria seu uso nos mais diversos preparos mundo afora. Umami é aquele gosto gostoso, que não é nem doce, nem salgado, nem azedo e nem amargo... é ele que prolonga a duração do sabor na boca, ajuda na digestão de proteínas e aumenta a sensação de bem-estar. Além disso, a cebola é fonte de vitaminas, minerais e flavonóides como a quercetina que tem ação antioxidante.
Nativa da Ásia, a cebola é hoje uma das hortaliças mais cultivadas no mundo. Na foto: plantio irrigado de cebola no Equador (Cesar Cherrez, 2008)
Agora, o que mais me chamou a atenção na história da cebola é que ela era considerada uma planta sagrada no Egito Antigo. Seus anéis concêntricos eram entendidos como um símbolo da eternidade e, por isso, os faraós eram embalsamados juntamente com cebolas, chegando ao ponto até de terem seus globos oculares retirados e substituídos por cebolas, como no caso do Faraó Ramsés IV. Dá pra imaginar? Passar toda a existência chorando?
De lá pra cá, ajudada pelas grandes navegações, a cebola se espalhou mundo afora. Foi introduzida no Brasi no século XVIII, principalmente nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Hoje, algumas áreas expressivas de cebola são encontradas também no Nordeste, no Sudeste e, mais recentemente, no Centro-Oeste. Apesar do aumento na produtividade observado nas últimas décadas, o Brasil não é autossuficiente em cebola e importa a hortaliça da Argentina. Isso garante a disponibilidade desse ingrediente sagrado na nossa cozinha de janeiro a janeiro, sem interrupção.
Na nossa cozinha, a cebola é processada para dar origem a três produtos, para felicidade de quem ama umami e até mesmo de quem não é ligado em cebolas:
Além disso, a cebola entra como ingrediente de outros preparos de geleias e molhos. Ou seja, aqui na nossa cozinha a gente descasca cebola chorando de tanto rir as nossas lágrimas de eternidade. Afinal, nada deixa um cozinheiro mais feliz do que ver seus produtos viajando Brasil afora!
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